O Silêncio da Vingança

Godlock é um pai em uma missão para vingar seu filho que foi tragicamente pego no fogo cruzado da violência de gangues na véspera de Natal. Baleado e quase morto enquanto perseguia os assassinos, Godlock promete vingar seu filho por qualquer meio necessário.

Reviews e Crítica sobre O Silêncio da Vingança

O diretor aborda a fórmula do que Quentin Tarantino chama em seu livro Meditações sobre Cinema de “vingança”. Subgênero do cinema de ação em voga nas décadas de setenta e oitenta, associado à onda de crimes e de insegurança cidadã que viviam as cidades americanas naquela época, essa fórmula dominou o cinema de exploração, filtrando-se até mesmo em filmes de grandes estúdios, viajando desde o gueto de B- produções em série às propostas dos grandes estúdios da série A, numa safra em que os filmes protagonizados por Charles Bronson se destacam como o arquiteto Paul Kersey que decide se vingar por conta própria fora do sistema legal para vingar o ataque sofrido por sua esposa e filha, tornando-se um vigilante urbano na saga que começou com o longa-metragem The City Vigilante (Michael Winner, 1974). Na mesma linha surgiram imitadores de todos os tipos, como O Exterminador (James Glickenhaus, 1980), enquanto a tendência saltou até para filmes com mais aspirações como Taxi Driver (Martin Scorsese, 1976). O assunto também daria asas a um personagem da editora Marvel que também é ocasionalmente lembrado pelo protagonista de Silent Night , Frank Castle, vulgo The Punisher, conhecido na Espanha como The Punisher, envolvido durante anos em uma cruzada de vingança, e transferido para o cinema e a televisão.

A situação de Castle é muito parecida com a que passa o protagonista de Noite Silenciosa para não pensar que tal personagem dos desenhos animados tenha sido fonte de inspiração para o roteiro deste novo longa-metragem de John Woo: um homem vê seu amigo morrer. sob as balas de alguns membros de gangues, danos colaterais em uma guerra de rua que não é dele ou de sua família.

Naturalmente, isto destrói a sua vida e o seu casamento e condena-o a continuar uma cruzada imparável de vingança contra os assassinos.

Para completar a trama, o pai vingador é ferido nas cordas vocais, o que o impede de falar, somando-se a problemas de comunicação e isolamento que acabam fazendo com que ele se distancie da esposa, e no processo sirva John Woo para brincar. com a possibilidade de guardar diálogos que de outra forma não contribuiriam com nada realmente novo para a fórmula e extirpados do filme com esse pretexto de enredo não têm a oportunidade de ser o fardo previsível da obviedade tão comum em outros filmes que seguem este tipo de fábulas.

Woo tem isso claro e deixa que o meio de sua história perto do final se torne uma repetição das temporadas do gênero: treino, confronto com a primeira vítima da vingança, a mais difícil, e posterior confronto em batalha urbana com o resto da história. os assassinos do menino.

E como eu disse, Woo dirige muito bem a ação, embora certamente nos últimos tempos sagas como John Wick e Mission: Impossible ou filmes como Killer Raid tenham tornado muito difícil para o diretor surpreender tanto com sua abordagem às sequências de ação neste longa metragem. Porém, como um todo, onde o filme funciona melhor é na sua fase mais frenética.

O problema é que, antes de chegar lá, Woo insiste em repetir indefinidamente, pelo menos mais vezes do que o recomendado – que é qualquer um que passe ao mesmo tempo – uma carta melodramática e um pouco mais chorosa do que o recomendado, com repetição do tópico e dois imagens multidimensionais do assassinato da criança e suas brincadeiras com o pai. Essas imagens melodramáticas são forçadas, repetitivas, desnecessariamente insistentes e acabam se tornando um fardo que a própria trama de ação não necessita naquele tom de destaque excessivo para mostrar as vulnerabilidades óbvias do protagonista. Vejamos, eles mataram o filho dele a tiros. Com isso tudo dito, não é preciso insistir tanto na motivação do pai furioso. É obvio.

Algo semelhante acontece com o conflito conjugal, que, impulsionado pela falta de possibilidade de diálogo entre os cônjuges, proporciona uma carga menos dramática do que o diretor pretende.

Mesmo com tudo isso, o filme é divertido.

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