O Conde de Monte Cristo 2024

Edmond Dantes vira alvo de uma trama sinistra e é preso no dia do casamento por um crime que não cometeu. Depois de 14 anos na prisão insular de Château d’If, ele consegue uma fuga ousada. Agora rico além dos seus sonhos, ele assume a identidade do Conde de Monte-Cristo e se vinga dos três homens que o traíram.

Reviews e Crítica sobre O Conde de Monte Cristo

Novo capítulo do universo cinematográfico de Dumas iniciado por Pathé, O Conde de Monte Cristo tem a difícil tarefa de suceder ao díptico de Os Três Mosqueteiros e as muitas frustrações que isso poderia ter gerado. As escolhas são claras: comprimir um romance de 1.200 páginas em um único filme de 3 horas, distanciar-nos das escolhas estéticas amarronzadas do ensaio anterior e descobrir como levantar o classicismo sem cair no constrangimento.

Pôster do Conde de Monte CristoA primeira acaba sendo uma boa opção. Os leitores fiéis a Dumas obviamente ficarão ofendidos com os inúmeros cortes e ajustes na história, e terão que aceitar ver neste projeto apenas uma nova versão do material original. Mas a profusão da história persiste, e os muitos espectadores, especialmente os da nova geração que descobrirão pela primeira vez esta brilhante intriga, deverão encontrar o que procuram. As três horas são particularmente bem exploradas para restaurar o longo tempo de vingança, sem qualquer perda de ritmo através de uma gestão hábil de elipses e montagens alternadas, cuidando para equilibrar o tempo de presença dos numerosos personagens secundários. A encenação assume um academicismo unificador do maior número, não sem algum peso, nomeadamente nos planos drone ou no uso excessivo de música pomposa. A dupla Alexandre de La Patellière e Matthieu Delaporte , já escrevendo sobre Os Três Mosqueteiros , distancia-se claramente das escolhas de Bourboulon , e retorna ao cinema à moda antiga, mais favorável nesta trama que joga mais com os grandes espaços abertos, estratagemas em lugares altos e duelos formais como lutas épicas. As imagens ensolaradas e coloridas, que têm o bom gosto de não cair no excesso de saturação do totalmente digital, completam o convencimento ao levar o espectador do Mediterrâneo aos escalões superiores dos citadinos.

O sucesso do filme está no ponto de equilíbrio e na seriedade com que leva o material literário. Provavelmente é aqui que mais convence: o academicismo, sem ser empoeirado, fica bem distante das falhas da época, e expressa um entusiasmo sincero pelo antiquado filme de aventura no qual não vamos enxertar humor indesejável , meta referências ou cinismo paródico. Deste ponto de vista, o elenco também deve ser levado em consideração: ao contrário de seu amigo François Civil em Os Três Mosqueteiros , Pierre Niney convence perfeitamente: livre do status de jovem protagonista, infunde em seu personagem uma raiva reprimida e uma obsessão por o controle necessário para sua complexidade. E a valsa dos personagens ao seu redor é à altura, nomeadamente Laurent Lafitte que ainda adora bancar os bastardos, ou Anamaria Vartolomei que se integra perfeitamente no mundo dos blockbusters.

Outra mudança de estratégia da Pathé, o lançamento antecipado para o verão, uma nova fórmula do cinema francês que geralmente deixa essa vaga para os blockbusters americanos. Esperando que todas estas lições aprendidas com experiências anteriores, aliadas à audácia de apostar no desejo do público pela experiência no teatro, possam ser recompensadas.

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